quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Amor

Poemas como os de Pablo Neruda encanta, há neles uma forma apaixonada de amar.  O amor romântico idealiza a pessoa amada. Hoje, vivemos um momento de busca do crescimento individual onde cada um escolhe como viver a realidade conectada a uma visão pessoal e perceptível, que apesar de não ser nociva, penaliza os sentimentos que ainda temos dentro de nós e pelo qual sofremos...


Yoshi

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Eu, eu mesmo e... Ninguém


Insistentemente, perduro sentindo a solidão existencial a habitar cada glândula sanguínea que percorre o meu sistema vascular banhando milímetro por milímetro da minha massa corpórea. Algo como um fungo a recobrir toda a capa superior outrora crocante do pão francês esquecido na tigela de louça pintada não sei há quantas gerações passadas.
Quem é essa que persiste em “co-ser-me”?
De fato, tal sensação faz-me fixar raízes em minha inconsciente e incoerente adolescência. Sim. Um misto de “inco’s” que apenas trazem à baila inconsistência de um ser que não se consolidou. Nunca pôde escrever sua existência com um ‘ese’ maiúsculo: Ser. Essa famigerada solidão existencial - em cuja literatura oitocentista, e mui fortemente no oitocentismo inglês, já tanto se tratou e retratou - jorrou em minha adolescência como o sangue de uma criança inocente morta com um golpe de foice em sua aorta jugular para sagrar um sacrifício humano a alguma divindade nada divina. Por mais que houvesse mudanças, pessoas, música, silêncio, luz, escuridão, brilho, opacidade... Tudo se resumia a uma única sensação: vazio. De todo o tempo em que estive co-habitando este corpo junto à Solidão Existencial, lembro-me torridamente das “crises” que vivi aos 15, aos 18 e aos 19 anos. Nada me fazia sentir que haveria um sol luzente e grandioso por detrás daquelas nuvens trovejantes que, na verdade, eram apenas eu mesmo.
Essa ligação com a adolescência não me causa plena estranheza, mas também não me é sutil. Não sei o porquê, mas ela parece preferir aqueles como menos de 21 anos. Quando os sintomas da solidão existencial se manifestam em alguém cujo adjetivo literário mais ajustado é “Balzaquiano”, chama-se depressão e não de solidão ou soledade. Não que os adolescentes não estejam sensíveis à depressão, mas nem toda sensação de solidão, tristeza profunda desamparo e desespero velado é depressão. Pode ser apenas, solidão - autosolidão! E dada à recorrência, vejamo-la como uma enfermidade do ser – e não do Ser.
Lembro-me de umas férias que tive a cerca de dois anos atrás. Mamãe gozava das dela também naquele mês, porém minha irmã caçula seguia em aulas. Ambas faziam barulho. Brigavam, brincavam, gargalhavam. Tudo me era indiferente. Não me atinha a nada. Minha atenção, por vezes, desapercebia-se delas. Olhava, mas não via. Percebia, mas não sentia. E nem queria. Dados momentos, a solidão existencial consiste em um autismo velado e construído por nós mesmos a fim de nos pormos distanciados do que não queremos perto de nós, porém fisicamente não conseguimos repelir. Assim, estamos sem estar naquele ambiente físico que desprezamos. A mente é a maior das criações – #Inceptionfeelings.  
A mente detém o poder de manter o corpo no chão e os pensamentos no mundo! Eu posso abrir a varanda e enxergar a Place De La Concorde, a Floresta Negra, a Baía de Guanabara, a Praça de Sãò Pedro ou o Vale d'Ouro. Os olhos vêem aquilo que nós os mandamos ver. Olhar é somente olhar. Podemos ver o que temos dentro de nós mesmo olhando para fora de nós. Quando não se pode falar, fez-se silêncio.  Quando sua voz é o silêncio, a sua solidão já é sua inquilina permanente. Eu falo em silêncio. Meu grito ecoa no vácuo e meu coração já não chora mais, sangra sonhos esquartejados pelas convenções limitadoras do mundo contemporâneo.
O que ou quem nos impôs que a sanidade é saudável e a loucura é patológica? E quem definiu a loucura e a sanidade? Se “Ser são” é ser mais um bailarino no espetáculo da alienação do pensamento, eu prefiro trocar a imagem sem essência criada pelas palavras e viver a própria essência das coisas. Palavra e existência se diferem, como defende Nietzsche, por ser a palavra uma criação do homem para manipular o existente a sua maneira, privando das palavras - pois só assim seu poder sobre ela seria possível - a verdadeira essência da existência. Um lápis só é um lápis quando não está escrito, mas sim quando escreve. Eu quero escrever e não ser o já escrito.
Não estou certo quanto a clareza do que estou escrevendo aqui. Coerente? Plausível? Minha mente está fatigada pela existência em terreno infértil e bélico. Minha respiração está pesada. Uma simples mudança na temperatura e eis que o meu pobre peito asmático já sufoca em seu esforço por ar. Eis uma ironia. Enquanto esforço-me para que a vida - a vida enquanto palavra fruto do homem e sua definição igualmente construída pelo homem – cesse, meu peito luta vorazmente por manter-me vivo, mesmo que isso lhe custe um esforço mortal e, metaforicamente, asfixiante.  
 Quem realmente vive a plenitude da vida, a vida existencial, Holly ou Paul? Quem sabe algum dia nos chegue uma resposta do Capotte.
Na vastidão vã da solidão empanturrada de irracionais razões de existir, segue-se um corpo duplamente habitado. Imerso em si e em seu nada – um nada ora niilista ora meramente ‘nadista’. Asfixiante, asfixiando, asfixiado segue. No exercício da pseudo-existência nas convenções sociais devotadas às horas que antecedem o jantar familiar descaracterizado e hipócrita do século XXI, têm-se mais um passo. São múltiplas sucessões nada heráldicas, nada nobilitarias.
Cansei-me deste século, mas ainda não consegui uma forma de regressar permanentemente aos tempos de atrás. Uma forma de me prender em algum lugar do passado... Seria lá menos solitário?
Salut!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Relatos sobre o amor



O amor é um dos ciclos da vida  mais vicioso, do qual jamais conseguimos fugir. Ás vezes, o amor pode começar de uma forma estranha, sem você sentir, mas quando observares, perceberás que já estás preso ao sentimento. O amor também é injusto, porque tu não podes escolher a quem queres amar, apenas amas o mais imprevisível. Amar tem a sua beleza, mas possui as suas injúrias, pois tantas vezes ele termina em tragédia, e ele de tão insistente nunca permite que tu deixes de amá-lo loucamente, afinal esse nobre sentimento é movido de esperança. Por momentos, ele faz com que prometamos o mundo a quem amamos, mas no final, não cumprimos o que juramos.
O amor também, nos faz de bobos, porque perdemos o nosso raciocínio lógico, ele faz com que deixemos a razão de lado, pra seguirmos apenas, com o coração. Quando nos entregamos, desenvolvemos um novo sentimento, o altruísmo, pois ele move todas as nossas direções ao ser amado, porque você prefere que a pessoa que ama seja a mais feliz, mesmo que você passe o resto dos seus dias na mais pura infelicidade. Veja, como ficamos sem saída, e um sábio já nos disse, que "amar é sinônimo de sofrer",  mas mesmo assim, o que importa? Possa ser que sangremos no final, só que nunca deixamos de amar, porque o ser humano necessita de alguém a quem possa direcionar os seus sentimentos.
 Eu posso falar do amor que tive, ele extraiu todas as minhas forças, dele eu derramei as mais sofridas lágrimas, dele eu deixe de viver e de sonhar, mas mesmo com tanta dor que ele me causou, eu ainda consegui remanecer nele, penso nele como uma droga que eu nunca poderei me curar. Outra coisa interessante sobre o amor, é que você só ama verdadeiramente, uma só vez. Amor é sacrifício, é dor, é ternura, é encher a sua alma de poesia, pois tu consegues desenvolver as mais belas palavras jamais escritas.  

Mas, se não existisse esse sentimento, eu não saberia que sou humana, as músicas não seriam desenvolvidas e acho que o céu não seria tão estrelado a noite. Por fim percebemos, que é do amor que tiraremos as mais preciosas lições, para que um dia possamos nos entregar novamente a ele sem uma única culpa, e poder fechar esse ciclo impetuoso.